" Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca,propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente "
Fernando Pessoa - Álvaro de Campos - Agosto de 1913
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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Um comentário:
Adoro esse poema!
Fernando Pessoa é demais... E o Álvaro de Campos é o heterônimo dele que mais gosto!
Vou adicionar o link do seu blog no meu ok?
Bjo!
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