sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Berrante

De um eco, veio-me. crente, a imagem de um bólido. Eu sonhara com ele.Em um lançar-se retilíneo, imprevisível, captou meu processo de olhar: todo um desenho negro-prateado se formando em meu espaço.
Um, dois planetas. Uma rasgante união entre as massas fincadas do rostos das esferas, hoje, quedadas em meu seio.
Transfigurações em pessoas, cenas etéreas, os olhos piscantes e a sensação de não poder mais ser, pois a diversidade de gentes, ao me verem, incendeiam confusões e fico sendo nenhum alguém. O rastro. Devo retornar-me ao rastro já mal purpúreo, deformado, erodido. Tropeçá-lo em cada resto, pontos, uno formato por desajeitados intentos.
O bólido. Chegar em sua circular carícia, em sua cíclica persona, em seu tempo não cronometrável. Fazê-lo a mim, a ele fazer-me. Dois, sóis, banharmo-nos em acúcares brutos, no céu primor, palato onde, lapidada a voz do canto, tocará minha vida no todo desse ar. Berrante.

Valéria Diniz

2 comentários:

ritamaria disse...

oi Valéria!
que boa sua visita
estou aqui te lendo, e gostando muito da forma como você escreve, as imagens que vc utiliza!
gostei dessa central de blogs, me sinto menos só
beijo

Valéria Diniz disse...

Olá, Rita,
também me sinto menos só com a Central. Felicidade é abrir nossos baús e compartilhar com os outros. Se você gostou da forma como escrevi, obrigada. Mas a forma como você escreve me é extremamente chamativa e musical. Valeu sua visita por aqui tb!
Beijo,
Valéria