terça-feira, 29 de julho de 2008

Blasfêmias

Blasfêmias.
Quero escrever blasfêmias sobre toda concatenação harmoniosa, pura e singela. A pureza, se existe, é blasfêmia.
Sinto-me um ronco forte como se tivera tomado xarope pra tosse. Aquele ruim que se come doce depois. O que expectora. Parto: trabalho de pôr pra fora, operação de recebida, sangue de nova vida, expulsão e acolhida. Na retina o mundo. Em fragmentos as lentes de contato.
Se é preciso ficar só pra se viver? Se é preciso trombar-se com e tombar na queda d'um desfiladeiro-precipício euforicamente?
É. A passionalização dos seres e afazeres ilumina a rota torta, a romaria quando chega em encruzilhada. É de lá ou de cá, irmãos? De quem Deus é?
Deus, mistério, chão, sigilo, aliado jamais sussurrado. Convido-me a rezar sempre. Sou um animal despreparado, medroso, mas constantemente associado.
Rotina de vinho, chão e tinta.
Grito. São tantas as palavras que a vontade é de grudá-las umas às outras, grudá-las, grudá-las até formarem uma só: o símbolo dos símbolos, a representação das representações, o à margem do abstrato, o concreto.
Será demasiada obsessão sintética-antitética? Será unicidade á toa, visual pouco pro tanto consumido? E será todo o oposto viagem solitária aos longes-além? Divagantes monólogos?
Falam com quem as palavras? Quem lhes verte? Que voz pontua finalmente ou reticencia?
Rotina de chão, vinho e tina.
Que voz quem???

Um comentário:

Antonio Gomes disse...

Texto difícil, teria que ler de novo. Então depois falo mais...