Desconheço meu interlocutor. São vários: meu Passado, sua Reatualização, meu Presente-Processo, meus Futuros-Sonhos. Sou eu mesma, esta minha pessoa que, acredito, sente o que não suporta expressão. Definir destrói riquezas. Meu fim é outro. Meu fim é o seu meio. Por isso permaneço insocializável, impoliticável. Na verdade, não possuo finalidade.
Enquanto você tem prazer na mudança, eu tenho prazer no que a antecede: o processo de, a preparação para. Coleciono antíteses com paixão, assim como você coleciona regras, verdades, leis absolutas na vida.
E sou lúcida o suficiente para estar sempre a um passo do colapso mental. Toda vez em que percebo o grande jogo que é a linguagem, as perfeitas atrizes que são as palavras e a enorme insignificância que somos nós e todas as nossas tentativas de exibição do Real.
Ele sempre se esvai. As palavras, os sons o consomem, ressignificando-o. As idéias que temos das coisas existentes são ressignificações sucessivas.
Reconhece, então, o seu eterno desconhecimento. Perca a pretensão de suas afirmações a favor de suas dúvidas. O duvidar fica mais próximo do Real porque considera a existência de mais de uma resposta.
Não queria eternizar algo. Estas minhas palavras, jogue-as fora se sua intenção for apenas repeti-las mecanicamente. Se não houve um sentimento vital, mesmo que lhe impulsione à discordância, jogue-as fora.
Ressignifique. É seu jeito mais humano de ser.
Um comentário:
Poxa, lí! Confesso, tenho dificuldade com textos que se impõe como uma prece, ou proposta de questionamento! Tenho dificuldade com generalizações, logo, não me senti confortável qdo vc falou - dirigindo-se ao leitor "ENQUANTO VC etc etc..."
Prefiro escrever sem supor, a não ser que queira deliberadamente brincar, soltar blague...sei lá..
De qq maneira, vou lendo, e vc flui bem sim...vou lendo
Pera ai...
Postar um comentário