segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Devaneio

Mas, sabe,
quando a canção implora pela minha voz,
eu a canto outra.
Aquela que se encontra ao te ver ressonar
e aquela que te encontra sem você estar.
Pelo lado de fora dos vitrais,
são outras as cores,
mais obscuras as fantasias,
originadas todas através da luz da tarde
que deita sobre ti.
E eu me esforço pra não jogar fora a face do cansaço...
...como ouso te escrever? como ouso te amar...
Mas, sabe, quando?...
a sensação de poder atravessar os mares
só pra poder te ver...quando?...
a impressão de planar sem mexer um dedo e,
no pouso, ver somente a tua mão a me acenar.
Tarde. A tarde já tarda o adeus.
Outra, a visão já não me espera em meu olhar.

Valéria Diniz

Um comentário:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Olhares e vozes não mais presentes gritam em nossos ouvidos!