terça-feira, 9 de setembro de 2008

O Meu Carnaval

Vou fantasiar-me de inverno neste carnaval. Tons pastéis e escuros. Beges, pretos e cinzas. Mas, em meu rosto, a purpurina prateada brilhará em homenagem à felicidade que os meus passos dançados irão me dar.
Vou gelar tua vontade de me ver chorar. Vou extirpar o orgulho da tua fala e fazer desabar toda tua certeza e teu tolo poder. Sua fantasia de querer prever amarguras será totalmente colocada de lado, estraçalhada. Em todos os quesitos eu serei nota dez. E você, vai, te dou sete e meio, já que ainda te quero.
Vou te convidar pra escutar o meu samba e quero ouvir teus palpites. Mas, por favor, sem invejas, vamos dar uma trégua em nosso cabo-de-guerra...quero ver se você vai agüentar sair sambando comigo na avenida. Podem nos ver, podem nos julgar.
Se você topar, eu te levo. Se você quiser, eu te quero bem demais.

Valéria Diniz

Um comentário:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Seus textos me surpreende.

O carnaval e suas alegorias, à dança, à noite, tudo isso me faz pensar em tabacaria do Fernando Pessoa, em malandros e heróis, mas tudo isso à sua forma, legal!